A Morte como forma de Vida

Olá, Tribo 👋.

Espero que tenham tido umas boas festas, que tenham entrado com tudo em 2024 e que todos os vossos sonhos e objetivos sejam alcançados.

Por aqui o início do ano está a ser engraçado…

Aparentemente entrei com o pé errado no novo ano e teletransportei-me de volta para 2020 😷… Fico com a sensação que Deus, o Universo ou o vizinho do 3º esquerdo, terá ficado com a ideia que eu sentia a falta de usar máscara e, por isso, presenteou-me com Gripe A.

A minha mulher bem me costuma dizer que sou uma ave rara… Receio que agora tem todos os motivos para me dizer que sou uma ave rara engripada.

“Ah… Agora faz sentido! Como estás a morrer, vais falar sobre a Morte!”

Gostava de vos dizer que tive uma epifania sobre a Morte numa das alucinações provocadas pela febre. Seria uma história épica sem dúvida, digna de reportagem na CMTV. No entanto, seria mentira. O que é verdade, é que penso na morte há muito tempo. E penso nela como uma forma de vida.

Vou tentar explicar porquê.

Nota do autor: Já agora, ouvi agora mesmo na CMTV que se não colocarem gosto neste artigo, comentarem e/ou partilharem, vão ter 10 anos de azar e podem morrer já amanhã. Pelo sim pelo não, eu seguia os conselhos da reportagem que me parece séria.

A Morte como forma de Vida

Para os fãs de cinema, nas próximas frases corro o risco de parecer o Cole Sear, personagem interpretada pelo Haley Joel Osment no filme “Sexto Sentido”. Para os que não são fãs de cinema, corro o risco de ser simplesmente maluco. Mas aqui vai…

Não sei ao certo com que idade é que comecei a imaginar pessoas a morrer mas, provavelmente, terá começado quando eu tinha uns 6 ou 7 anos de idade… Tenho ainda hoje nas minhas memórias um pesadelo em que o meu pai caía de uma janela de um arranha-céus, enquanto eu permanecia petrificado até acordar do sonho.

Hoje, com mais maturidade, percebo que o amor que sinto pelo meu pai e pela minha mãe, aliado ao medo de os perder, criaram este pensamento que se expandiu num pesadelo que me atormentou durante muito tempo.

Como é curiosa a nossa mente…

Lembro-me igualmente de momentos marcantes da minha vida, sobretudo da morte do meu avô materno e da minha avó paterna. Dois momentos de pura tristeza, com a despedida da vida, que me marcaram e aos que mais amo. Porém, estes dois momentos de tristeza são muitas vezes inundados por dezenas de momentos de alegria resultantes das convivências e memórias passadas, memórias essas que ficarão eternizadas por aqueles que com eles conviveram.

Memórias estas que, no final do dia, fazem com que todos aqueles que foram bons em vida, continuem a existir mesmo depois da sua morte.

Porque nós existimos enquanto alguém se lembra de nós.

E é a pensar na Morte, que procuro reger a minha Vida.

  • Enquanto Pai, procuro todos os dias criar as melhores memórias para o meu filho, passar-lhe os melhores valores e conseguir fazê-lo feliz.
  • Enquanto Marido, procuro ser melhor todos os dias, proporcionar memórias inesquecíveis em conjunto e assegurar a solidez dos 5 vectores da Pirâmide de Maslow.
  • Enquanto Filho, procuro dar o melhor de mim aos meus pais, retribuir o que fizeram por mim e cuidar como cuidaram e continuam a cuidar.
  • Enquanto Líder, procuro evoluir diariamente, criar impacto e servir de exemplo para inspirar os nossos colaboradores, clientes e parceiros a espalharem esta missão pelo mundo.

No que à Liderança diz respeito, há muito a dizer sobre esta reflexão. Partilho 5 pontos para reflexão.

1. Inspirar uma liderança autêntica

A compreensão da efemeridade da vida leva a uma liderança mais autêntica. O líder que se conecta com a sua mortalidade compreende a urgência de criar um impacto positivo, inspirando outros a alcançarem o seu potencial máximo. A autenticidade torna-se uma procura constante, uma vez que a verdadeira liderança não reside apenas nas ações, mas na essência de quem somos.

2. Definir um legado duradouro

Líderes que integram a consciência da Morte na sua filosofia de vida estão naturalmente orientados para definir legados duradouros. Não se trata apenas de alcançar metas e resultados imediatos, mas de construir algo que transcende a sua própria existência. O foco recai na criação de equipas resilientes e na contribuição para um mundo que permanecerá mesmo quando o líder já não estiver presente.

3. Valorizar as relações interpessoais

O reconhecimento da finitude da vida destaca a importância das relações interpessoais. Os líderes que compreendem a precariedade do tempo reconhecem a necessidade de nutrir e fortalecer as ligações com as suas equipas. Cada interação torna-se uma oportunidade valiosa de crescimento e aprendizagem mútuos.

4. Desenvolver uma cultura organizacional significativa

Integrar a reflexão sobre a Morte na liderança influencia a cultura organizacional. Empresas lideradas por indivíduos conscientes da transitoriedade da vida tendem a promover ambientes mais inclusivos, colaborativos e centrados nas pessoas. A construção de uma cultura significativa torna-se uma prioridade, indo além dos objetivos comerciais para abraçar o propósito e o impacto social.

5. Estimular a inovação e a aprendizagem contínua

A perspetiva da Morte pode servir como um catalisador para a inovação e aprendizagem contínua. Líderes que compreendem a efemeridade da vida estão mais propensos a encarar desafios como oportunidades de crescimento. A experimentação, a adaptabilidade e a procura constante de conhecimento tornam-se elementos fundamentais na liderança orientada para o futuro.

Em última análise, Morte não é apenas o fim, mas uma ferramenta para viver de maneira mais significativa.

Na liderança, e na vida, a compreensão da Morte pode transformar o modo como lideramos, inspiramos e nos comportamos com os outros. Cabe-nos decidir como queremos ser lembrados.

Abraço,

Sérgio

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