O poder da Liderança Tribal

Olá, Tribo 👋.

A semana passada, inspirado pelo estilo do Robin Sharma, para escrever uma história que intitulei de Génio da Mediocridade. Prometo voltar a este tema na próxima semana, porque há muito a falar sobre isto.

Para hoje, tal como prometido num dos posts da semana passada, vou falar sobre um dos livros que inspirou a criação da Tribo de Líderes: o “Tribal Leadership” de Dave Logan, John King e Halee Fischer-Wright.

Tal como as aves migram em bandos e o gado se desloca em manadas, os seres humanos organizam-se naturalmente em tribos. Neste livro, os autores apresentam como podemos aproveitar o fenómeno natural das tribos humanas para atualizar qualquer cultura organizacional e melhorar a eficácia, o envolvimento, a satisfação no trabalho e as expectativas de sucesso futuro.

Com este resumo do “Liderança Tribal”, irão ter uma visão geral do que é uma tribo e conhecer as 5 fases tribais sequenciais.

O que são tribos?

Durante séculos, os seres humanos sobreviveram em tribos – desde a Idade do Gelo até às comunidades agrícolas e às cidades modernas. As tribos são a nossa forma de organização e de vida.

Uma tribo é um grupo de 20-150 pessoas (ver conceito de Número de Dunbar), que se conhecem o suficiente para parar e dizer “olá” se se encontrassem na rua. Os membros da sua tribo estão provavelmente na sua lista de endereços de e-mail e telefone. Quando uma tribo se torna demasiado grande, divide-se naturalmente em duas ou mais tribos. Cada organização é uma tribo. Uma pequena organização é uma única tribo, enquanto uma grande organização é uma tribo composta por várias tribos.

Liderança Tribal

Esta é uma relação mútua entre os líderes e os membros da tribo. Os líderes tribais não são superestrelas. Em vez disso, trabalham arduamente para se actualizarem a si próprios e à sua tribo, e são reconhecidos como líderes devido ao sucesso que trazem à tribo. Os seus esforços criam uma onda, e eles são então conduzidos por essa onda para cumprir a vontade da tribo.

A cultura de uma tribo determina a sua eficácia. Uma tribo média/grande de 50-150 pessoas opera normalmente em algumas fases culturais em simultâneo, e a cultura é, por sua vez, moldada por 2 elementos:

  1. Língua: as palavras utilizadas pelas pessoas; e
  2. Comportamento: as ações e os tipos de relações que se estabelecem.

A partir de um estudo de campo de 10 anos com 24.000 pessoas em duas dúzias de organizações em todo o mundo, os autores descobriram que existem 5 fases tribais que definem a forma como as pessoas trabalham e se comportam. Vou dar uma vista de olhos a estas 5 fases.

As 5 fases tribais

Cada tribo tem uma cultura dominante, e os autores classificaram-nas em 5 estágios, cada um com a sua linguagem, tipos de comportamento e estruturas de relacionamento únicos.

Quanto mais alto o estágio, melhor o desempenho organizacional, sendo o estágio 5 o ideal. Só é possível subir as etapas sequencialmente, uma etapa de cada vez.

Em cada fase, é necessário utilizar pontos de alavancagem específicos para melhorar a sua tribo. O objetivo é levar a sua tribo para a Fase 4, uma vez que essa é a rampa de lançamento para a Fase 5.

Fase 1: “A vida não presta”

As pessoas nesta fase são da opinião que a vida é uma porcaria.

Sentem-se alienadas dos outros e amarguradas com o mundo injusto em que vivem. Podem envolver-se em agressões físicas ou verbais, vandalismo ou roubo, e/ou agrupar-se em bandos.

As pessoas nesta fase falam como se a vida as tivesse tratado mal, pelo que podem fazer tudo o que precisam para sobreviver. As frases mais comuns incluem “não é justo”, “está tudo lixado” ou “faço o que tenho de fazer para sobreviver”.

Fase 2: “A minha vida não presta”

As pessoas nesta fase acreditam que a sua vida não presta e que não se enquadram. Veem que os outros têm poder e coisas boas na vida que lhes faltam, sentem-se silenciosamente zangadas e frustradas, mas culpam os outros pela sua falta de controlo e convencem-se de que não têm outra alternativa senão aguentar.

As frases mais comuns incluem: “isto não pode ser evitado”, “não há promessas”, “é contra a política”, ou “estamos a ser lixados”. Infelizmente, a maioria acaba por passar para a Fase 3 e torna-se exatamente o tipo de gestor que costumava odiar.

Fase 3: “Eu sou ótimo (e tu não)”

As pessoas nesta fase acreditam que são ótimas, mas que os outros não são tão empenhados ou capazes. Estão empenhadas, enérgicas, comprometidas com os resultados e fazem um ótimo trabalho. No entanto, tudo gira em torno de vitórias pessoais.

As pessoas agem como guerreiros solitários e estão constantemente frustradas com a falta de tempo e apoio. A linguagem gira em torno do “eu”, “mim” e “meu”, com frases como: “poucas pessoas conseguem igualar as minhas capacidades”, ou “se se esforçassem mais, conseguiriam”.

Alguns pontos fundamentais e que resumem esta fase:

  1. Tribos de alta performance: Nesta fase, as tribos evoluem para uma mentalidade de “Eu Sou Ótimo”. Os membros da tribo reconhecem o valor de se destacarem individualmente e também apreciam as contribuições dos colegas. Existe uma cultura de alta performance, onde a colaboração é valorizada, e as metas são definidas e alcançadas de forma eficaz.
  2. Linguagem positiva: Uma característica marcante desta fase é a adoção de uma linguagem positiva e inspiradora. Os membros da tribo comunicam-se de maneira construtiva, focando no que é possível e encorajando uns aos outros.
  3. Objetivos alinhados: As tribos na Fase 3 têm os seus objetivos alinhados com os objetivos da organização. Existe uma compreensão clara de como o sucesso individual contribui para o sucesso coletivo, promovendo uma mentalidade de equipa.
  4. Crescimento contínuo: A procura pelo crescimento contínuo é uma característica essencial. Os membros estão dispostos a aprender e crescer, tanto a nível pessoal quanto profissional, contribuindo para o avanço da tribo como um todo.
  5. Liderança eficiente: A liderança eficiente emerge naturalmente, com líderes que orientam a tribo em direção aos seus objetivos. A liderança é vista como um papel dinâmico, onde diferentes membros podem assumir a liderança em diferentes situações.
  6. Cultura de confiança: A confiança é um componente vital. Os membros confiam uns nos outros, o que permite uma colaboração mais fluida e a resolução eficaz de problemas.
  7. Desafio para a inovação: A Fase 3 incentiva a inovação e a procura constante por maneiras melhores de realizar as tarefas. A tribo está aberta a mudanças e adaptações que levam ao aprimoramento contínuo.

Fase 4: “Somos óptimos”

Esta fase diz respeito a equipas com valores partilhados e um objetivo comum. Tendo experimentado o sucesso pessoal na Fase 3, as pessoas estão agora prontas para uma parceria genuína.

As pessoas orgulham-se da sua tribo, acreditam que “somos óptimos” e o líder é puxado pela tribo. A linguagem centra-se no “nós”. As decisões são orientadas por valores, a informação flui livremente e são formadas parcerias para alcançar os resultados desejados.

Principais características da Fase 4:

  1. Ênfase na coletividade: Os membros reconhecem que, ao trabalharem juntos, podem alcançar resultados melhores do que se estivessem a competir uns contra os outros.
  2. Foco na realização sustentável: A tribo deixa de procurar apenas vitórias individuais temporárias e começa a concentrar-se em conquistas duradouras e sustentáveis.
  3. Confiança e respeito mútuo: A confiança e o respeito entre os membros da tribo aumentam. As relações tornam-se mais profundas e baseadas na colaboração.
  4. Inovação e criatividade: Com a abertura ao trabalho em conjunto, a tribo torna-se mais inovadora. Ideias criativas fluem mais livremente e são bem recebidas.
  5. Linguagem positiva: A linguagem utilizada pelos membros é mais positiva e inspiradora. O discurso centra-se em soluções e oportunidades em vez de problemas.
  6. Liderança compartilhada: A liderança deixa de ser centralizada numa única figura. Diferentes membros assumem papéis de liderança com base nas suas competências e na situação.

Ao atingir a Fase 4, as tribos experienciam um aumento significativo na eficácia e no impacto. A cultura organizacional torna-se mais vibrante, o que contribui para a satisfação dos membros e para o sucesso contínuo da tribo.

Etapa 5: “A vida é óptima”

As tribos da fase 5 vão além de vencer os rivais e ganhar quota de mercado, para expandir o seu impacto no mundo. A sua linguagem centra-se no potencial infinito e em como fazer história.

Embora as pessoas na Fase 5 sejam frequentemente vistas como heróis, não anseiam pela ribalta. Concentram-se em valores globais ou ressonantes que transcendem o indivíduo ou a organização.

As tribos da Fase 5 podem colaborar com quaisquer outras tribos orientadas por valores, não apenas com tribos que partilhem os seus valores.

Principais características da Fase 5:

  1. Ênfase na contribuição coletiva: Na Fase 5, as tribos transcendem as preocupações internas e concentram-se em como podem contribuir para o bem maior. Existe uma mentalidade de serviço e um desejo genuíno de causar impacto positivo na sociedade.
  2. Visão de longo prazo: As tribos na Fase 5 adotam uma visão de longo prazo, procurando criar um legado duradouro. Elas estão comprometidas com a construção de algo significativo que beneficie as gerações futuras.
  3. Inovação e criatividade: A mentalidade “Inocentado” promove a inovação e a criatividade. As tribos nesta fase estão abertas a novas ideias e abordagens, procurando constantemente maneiras de melhorar e evoluir.
  4. Resolução de problemas globais: Ao invés de focar apenas em questões internas, as tribos na Fase 5 direcionam a sua energia para resolver problemas globais e contribuir para a melhoria da condição humana.
  5. Crescimento pessoal e profissional: Os membros das tribos nesta fase estão empenhados no crescimento pessoal e profissional contínuo. Eles veem o desenvolvimento individual como uma parte fundamental do sucesso coletivo.
  6. Cultura de respeito e colaboração: A cultura nesta fase é caracterizada pelo respeito mútuo e colaboração. Há uma compreensão profunda de que o sucesso de cada indivíduo está interligado com o sucesso da tribo como um todo.

Em resumo, a Fase 5 representa o ápice da evolução tribal, onde a mentalidade vai além do ego e das rivalidades internas, focando na contribuição significativa para a sociedade. Este estágio promove um ambiente de respeito, inovação e compromisso com o bem comum.

O livro é fabuloso e muito mais haveria a dizer sobre o mesmo. Se querem saber mais sobre o mesmo, bem como muitos outros, convido-vos a conhecerem o Leaders Book Club. O Leaders Book Club é o clube do livro dedicado exclusivamente à liderança. Acreditamos que a leitura é uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento pessoal e profissional, e o nosso objetivo é compartilhar essa experiência com líderes de todas as áreas.

Vemo-nos por lá.

Sérgio Salino


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