O Salto da Liderança | 004: 12 Qualidades essenciais de uma Liderança Eficaz

Olá, Astronauta 🖖🧑🚀!

Espero que estejas bem e que este início de ano esteja a começar da melhor forma.

Começo por questionar se já deste a tua opinião sobre a questão que coloquei no artigo anterior. Se não te recordas, podes ler o artigo aqui.

Agora que já leste o artigo, já sabes que a pergunta que fiz foi a seguinte:

  • Os líderes nascem ou fazem-se?

Esta é uma pergunta que tem sido alvo de debate por muitas gerações e gostava muito de saber a tua opinião. Se ainda não a deste, convido-te a clicares neste link e a contribuíres para este importante estudo. 🙏

Concluído este compromisso publicitário, damos agora um salto rumo a uma Liderança mais eficaz. Ou, melhor dizendo, vamos dar 12 saltos de gigante, por cada uma das doze qualidades que te ajudarão na tua jornada de Liderança.

12 qualidades essenciais de uma Liderança eficaz

Os líderes têm um gigantesco impacto no mundo.

No mundo deles próprios, através da autoliderança, mas também no mundo dos outros com influência em equipas, organizações e comunidade.

Precisamos de bons líderes que nos guiem e ajudem a tomar decisões essenciais, grandes e pequenas, que permitem avançar.

Por norma, conseguimos rapidamente identificar maus líderes.

Mas e os bons? Que características e qualidades são detidas pelos bons líderes?

Destacamos essencialmente doze, baseada quer em dados de estudos bem como na experiência que temos a trabalhar com líderes de diferentes empresas e organizações.

E as 12 qualidades que destacamos são:

  1. Autoconsciência
  2. Respeito
  3. Compaixão
  4. Visão
  5. Comunicação
  6. Agilidade de aprendizagem
  7. Colaboração
  8. Influência
  9. Integridade
  10. Coragem
  11. Gratidão
  12. Resiliência

Vejamos, uma a uma, cada uma destas.

1. Autoconsciência

A autoconsciência é o ponto de partida para qualquer líder que queira fazer a diferença.

Saber quem somos, como reagimos sob pressão e como afetamos as pessoas ao nosso redor não é apenas importante: é indispensável.

Quando entendes as tuas forças e fraquezas, consegues liderar com autenticidade. Isso inspira confiança porque as pessoas percebem quando alguém é genuíno.

Mas autoconsciência não é algo que “acontece” sozinho. É uma prática constante. E tal como em todas as práticas, há que pôr em prática 😎.

Faz algumas perguntas a ti mesmo, reservando tempo para refletires.

  • Como reagiste naquela última reunião quando alguém te disse algo com a qual não concordaste?
  • Como falaste com o teu colaborador a última vez que lhe deste uma tarefa?
  • Como lidaste com uma situação desafiante?
  • O que poderias ter feito de uma forma diferente?

Existem várias formas de aumentar a tua autoconsciência, designadamente ferramentas de avaliação comportamental bem como coaching e feedback da equipa.

No entanto, tal como em muitas situações, tudo isto só funciona se estiveres disposto a ouvir e a melhorar.

Por fim, referir que a autoconsciência não é apenas sobre ti. É, também, sobre criar um ambiente onde os outros se sintam seguros para fazer o mesmo – serem autênticos, reconhecerem as suas fraquezas e trabalharem juntos para superá-las.

2. Respeito

Respeitar os outros é uma base essencial para liderares bem.

Não se trata apenas de ser educado ou cordial… Respeitar é reconhecer o valor de cada pessoa na tua equipa e tratá-la como igual, independentemente do seu cargo, experiência ou ponto de vista.

Quando demonstras respeito genuíno, crias uma cultura onde todos se sentem valorizados e motivados a dar o melhor de si.

O respeito começa pela forma como ouves. Não interromper, prestar atenção e mostrar que realmente te importas com o que está a ser dito são pequenos gestos que fazem uma grande diferença.

Isto mostra que compreendes as ideias dos outros, mesmo que discordes. E é isso que faz com que não apenas tenhas o respeito das pessoas mas que fomentes um ambiente de colaboração.

Respeitar também significa agir com justiça. Certifica-te de que estás a ser imparcial, a reconhecer os esforços de todos e a tratar os conflitos de forma equilibrada.

Respeito não é apenas algo que ofereces — é algo que defines pelo exemplo.

E, por fim, termino com uma frase de Carl W. Buehner:

As pessoas esquecerão o que disseste e o que fizeste. Mas elas nunca esquecerão como tu as fizeste sentir.

Respeita sempre, e vais ver como isso se reflete no comportamento e no desempenho da tua equipa.

3. Compaixão

Ter compaixão como líder não é apenas uma questão de ser simpático ou “porreiro”. Compaixão é mostrares que te importas genuinamente com as pessoas que lideras.

A compaixão vai além de entender o que alguém está a passar. Compaixão é mostrar o teu lado humano, criando uma ligação verdadeira com cada uma das pessoas e, no seu conjunto, com toda a equipa.

A compaixão começa por estares atento. Como está o estado emocional da tua equipa? Há alguém a lidar com uma situação difícil, pessoal ou profissionalmente? Muitas vezes, não precisas de ter todas as respostas, mas apenas oferecer a tua presença e disponibilidade para ouvir.

Oh Sérgio, mas a compaixão traz dinheiro no final do mês?” – parece-me ter ouvido alguém perguntar.

Demonstrar compaixão não significa ignorar a necessidade de resultados. Pelo contrário, ao dares apoio e mostrares empatia, crias um ambiente onde as pessoas se sentem seguras e confiantes para dar o seu melhor.

Afinal, quem sente que o líder realmente se importa tende a retribuir com compromisso e esforço. E isso, meus caros, é sinónimo de dinheiro. Pode não ser hoje, no imediato, mas vais ver que ele vai aparecer.

Por fim, pequenos gestos contam. Um simples “Estás bem?”, “Precisas de alguma coisa” ou “Como posso ajudar?” pode fazer toda a diferença.

Já ouvi por aí que a compaixão (ou a vulnerabilidade) enfraquece a liderança. Posso garantir-te que ambas (compaixão e vulnerabilidade) são superpoderes que fortalecem e criam relações baseadas na confiança e no respeito mútuo.

4. Visão

Ter uma visão clara é uma competência que distingue um líder comum de um líder inspirador.

A visão não é apenas sobre imaginar o futuro mas, sobretudo, é sobre definires um caminho para lá chegar e conseguires envolver a tua equipa nesse processo.

Quando tens uma visão forte, tornas-te uma fonte de motivação, ajudando os outros a compreender o seu propósito dentro de um objetivo maior. E uma visão poderosa começa com clareza.

  • Qual o teu porquê?
  • O que queres alcançar?
  • Qual é o impacto que pretendes ter, não só na tua organização, mas também nas pessoas e no mundo à tua volta?

Quando consegues fazer estas perguntas e articular esta visão de forma simples e inspiradora, asseguro-te que estás a um pequeno passo de conquistar a tua equipa.

No entanto, deixa-me alertar-te que não basta definir a visão. Depois, é preciso traduzir a visão em ações concretas.

Divide grandes objetivos em metas claras e mensuráveis, e certifica-te de que todos percebem o seu papel no processo. Uma visão só tem valor se for partilhada e vivida diariamente.

Liderar com visão é também ter resiliência. Nem sempre as coisas correm como planeado, mas um líder com visão não perde o foco. És tu que defines o rumo, mesmo quando surgem obstáculos. Mais à frente, no ponto 12, vais perceber melhor esta afirmação.

5. Comunicação

A comunicação é uma das ferramentas mais poderosas que tens como líder.

Comunicar não é apenas falar, mas sim garantir que a mensagem chega, é compreendida e gera ação. Uma comunicação eficaz conecta-te à tua equipa, alinha expectativas e reduz incertezas.

Para comunicares bem, começa pela clareza. Antes de falares, certifica-te de que sabes exatamente o que queres transmitir. Usa linguagem simples e direta, adaptando o tom e a abordagem ao público.

A transparência também é crucial. As pessoas confiam mais em líderes que partilham informações de forma honesta, mesmo quando as notícias não são as melhores.

Temos apenas uma boca mas temos dois ouvidos… Esta dica de proporcionalidade não está lá só para fazer feitio, querendo isto dizer que comunicar não é só falar mas, também e sobretudo, é ouvir. Presta atenção ao que te dizem, não apenas às palavras, mas também ao que está por detrás delas. Mostra que valorizas a opinião da tua equipa. A escuta ativa ajuda-te a resolver conflitos e a identificar oportunidades de melhoria.

Finalmente, lembra-te de que a forma como comunicas é tão importante quanto o conteúdo. O tom de voz, a linguagem corporal e o momento em que escolhes partilhar uma mensagem fazem toda a diferença. Uma boa comunicação não é uma habilidade inata como, aliás, conheço poucas. Comunicar melhor é algo que podes praticar e melhorar todos os dias.

6. Agilidade de aprendizagem

Sou suspeito mas esta é uma das competências que mais gosto e valorizo. E gosto dela por um motivo egoísta: acho que é uma das minhas principais competências. Vou escrever sobre isso no artigo da próxima semana cujo nome é: “O Efeito Dunning-Kruger e o Growth Mindset” (fica atento/a 😎).

A capacidade de aprender e adaptar rapidamente é essencial para sobreviveres num mundo em constante mudança. A agilidade de aprendizagem permite-te assimilar novas informações, aplicá-las e ajustar-te a novas situações com confiança.

Ser ágil na aprendizagem começa com a curiosidade. Nunca assumas que já sabes tudo. Em vez disso, fica sempre aberto a novas ideias e perspetivas.

Reconhecer que errar faz parte do processo de crescimento é outro elemento chave. Um líder com agilidade de aprendizagem não tem medo de experimentar, falhar e aprender com isso.

Mas aprender não é suficiente. É preciso transformar esse conhecimento em ação. Como podes aplicar o que aprendeste para resolver um problema ou melhorar um processo? Essa capacidade de aplicar rapidamente o que aprendeste é o que te distingue.

Para cultivares a tua agilidade de aprendizagem, desafia-te regularmente. Sai da tua zona de conforto, procura feedback e expõe-te a diferentes experiências. Um líder ágil é alguém que lidera pelo exemplo, mostrando à equipa que o crescimento nunca para.

Esta competência merece mais destaque ainda e, por isso, reforço que me vou focar neste ponto na próxima semana.

7. Colaboração

Colaboração não é apenas trabalhar em equipa. Colaboração é criar um ambiente onde as pessoas se sintam seguras para partilhar ideias, desafiar o status quo e trabalhar juntas para alcançar um objetivo comum. Como líder, és o catalisador dessa dinâmica.

Promover a colaboração exige que cries confiança. Isso começa por seres acessível e demonstrares que valorizas as contribuições de todos. Certifica-te de que as ideias são ouvidas e reconhecidas, mesmo que não sejam implementadas. A tua equipa precisa de sentir que as suas opiniões contam.

A diversidade de perspetivas é uma força. Encoraja a tua equipa a trazer diferentes pontos de vista e explora soluções inovadoras juntos. Mas lembra-te: colaborar não significa evitar o conflito. Às vezes, é necessário gerir desacordos de forma construtiva para encontrar o melhor caminho.

Finalmente, celebra as vitórias conjuntas. Quando a equipa atinge um marco importante, reconhece o esforço coletivo. Colaboração é sobre construir um sentido de pertença e propósito partilhado, e isso começa contigo.

8. Influência

Sempre que leio o termo influência, há um livro que me vem à cabeça. O livro é o “Como fazer amigos e influenciar Pessoas” do Dale Carnegie.

Este é um livro fabuloso por vários motivos. Mas sempre que o recomendo a alguém, fico sempre de pé atrás.

“Porquê?” – perguntas tu. Porque a maior parte das pessoas associa o termo “influência” ao termo “manipulação”.

Ter influência como líder não significa manipular ou forçar as pessoas a seguir-te. Trata-se de inspirar e motivar os outros de forma genuína, mostrando-lhes o valor do objetivo comum e como podem contribuir para o alcançarem.

A tua influência começa com a construção de confiança. As pessoas precisam de acreditar em ti, tanto no teu caráter como nas tuas capacidades. Isso implica seres consistente, cumprires as tuas promessas e agires com integridade. O teu exemplo diário é mais poderoso do que qualquer discurso.

Cá em casa sempre ouvi “não olhes para o que eu digo, olha para o que eu faço”. Mas, na verdade, depois de saber o que sei hoje, tenho vindo a mostrar (e dizer) ao meu filho que ele deve “olhar para o que eu digo e faço”! Pode não ser por apenas bons motivos, confesso. Mas, mesmo com os maus motivos, também vai aprender a não fazer aquilo.

Outro aspeto essencial da influência é a empatia. Para liderares e influenciares, tens de compreender as necessidades e motivações das pessoas. Isso permite-te alinhar as tuas mensagens e ações de forma a ressoarem com elas.

Por fim, comunica a tua visão com clareza e paixão. Usa histórias, exemplos concretos e dados para sustentares os teus argumentos. Mostra como cada membro da equipa é parte fundamental no processo e valoriza as suas contribuições. Lembra-te: a verdadeira influência vem de inspirares os outros a agirem porque acreditam no que tu acreditas.

9. Integridade

Em todas as edições da Certificação Internacional em Liderança (PFL), quando falamos na competência “Ética e Integridade”, há sempre alguém que diz algo similar a isto:

“Ética e integridade não se compra nem se aprende!”

Não concordo não na íntegra, passo o (quase) pleonasmo, mas em parte. Isto porque acredito que se pode aprender a ter ética e integridade, pese embora saiba que este é um valor muito enraizado no nosso “EU”.

A integridade é a fundação da tua credibilidade como líder. Sem ela, nenhuma outra competência importa. Ser íntegro significa seres honesto, ético e consistente em tudo o que fazes. As pessoas precisam de saber que podem confiar em ti, especialmente nos momentos difíceis.

Demonstrar integridade começa com as tuas ações. Falares uma coisa e fazeres outra mina rapidamente a tua reputação. Sê transparente nas tuas decisões e comunica o “porquê” por detrás delas, mesmo quando são difíceis de aceitar.

A integridade também exige coragem para fazer o que é certo, mesmo quando não é popular ou fácil. Isso pode significar defender alguém que foi injustiçado ou admitir que cometeste um erro. Quando és honesto sobre as tuas falhas, mostras que és humano e reforças a confiança na tua liderança.

Ao liderares com integridade, defines um padrão para a tua equipa. Criarás um ambiente onde a ética é valorizada e as pessoas se sentem seguras para agirem com os mesmos princípios.

10. Coragem

A coragem é o que te permite tomar decisões difíceis, enfrentar o desconhecido e desafiar o status quo. Não é ausência de medo, mas sim a capacidade de agir apesar dele. É uma qualidade indispensável em líderes que querem fazer a diferença.

Como líder, a coragem manifesta-se em várias formas. É preciso coragem para dar feedback honesto, mesmo quando pode ser desconfortável. É preciso coragem para defender uma ideia em que acreditas, mesmo que enfrentes resistência. E é preciso coragem para admitir quando não tens todas as respostas.

A coragem não é algo que nasce contigo. A coragem constrói-se ao longo do tempo.

Começa, por isso, com pequenos atos: assumir responsabilidades, tomar decisões informadas e enfrentar conversas difíceis. Cada vez que o fazes, fortaleces a tua capacidade de lidar com desafios maiores.

Por fim, a coragem não significa agir sozinho. Envolve-te com a tua equipa, procura diferentes perspetivas e apoia-te nos outros. Um líder corajoso inspira os outros a serem igualmente destemidos.

11. Gratidão

A gratidão é muitas vezes negligenciada na liderança, mas é uma força poderosa. Já agora, diria que a gratidão é a chave para uma vida mais plena e mais feliz.

Quando reconheces e valorizas as contribuições das pessoas, crias uma cultura de respeito e motivação. Demonstrar gratidão não é apenas sobre dizer “obrigado” mas, também e sobretudo, é reconhecer genuinamente o impacto positivo dos outros.

Mostra gratidão de forma específica e sincera. Em vez de um genérico “bom trabalho”, destaca o que foi feito e como isso ajudou a equipa ou o projeto. Isso mostra que estás atento e que valorizas os detalhes.

A gratidão também pode ser demonstrada em pequenos gestos: um e-mail de agradecimento, uma conversa informal ou até uma celebração de equipa. Estes momentos criam uma ligação emocional que vai além do ambiente profissional.

Mais importante, a gratidão começa contigo. Reconhece o que já alcançaste, mesmo nos dias difíceis. Um líder que valoriza as suas conquistas e as dos outros é capaz de criar um ambiente de trabalho mais positivo e inspirador.

12. Resiliência

Resiliência é a tua capacidade de te adaptares e recuperares em momentos de adversidade. Como líder, ser resiliente não significa ignorar os desafios, mas sim enfrentá-los com determinação e otimismo.

A resiliência começa com a mentalidade. Quando as coisas não correm como planeado, em vez de te concentrares nos problemas, procura soluções. Enfrentar contratempos com uma abordagem positiva não só te ajuda a ultrapassá-los, mas também serve de exemplo para a tua equipa.

Outra faceta da resiliência é o autocuidado. Não podes ser eficaz se estiveres constantemente exausto ou sobrecarregado. Garante que estás a gerir o teu tempo e energia, reservando momentos para recuperar.

Por fim, a resiliência também está relacionada com aprender com os erros. Cada desafio é uma oportunidade para cresceres e adaptares as tuas estratégias. Um líder resiliente transforma dificuldades em alicerces para o futuro.

Espero que tenhas gostado deste artigo e, para terminar, fazia-te algumas questões para pensares.

  • Consideras-te um/a líder eficaz?
  • Quais das 12 competências acima sentes que é o teu ponto forte e qual delas é o teu ponto fraco?
  • Que competências faltam acima para atingirmos uma liderança mais eficaz?

Continua com a vontade de aprender e evoluir para dares o SALTO na tua Liderança.

Um abraço 🧑‍🚀,

Sérgio Salino

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